José Lucas Pedro, do Fontão Fundeiro (outra aldeia da freguesia de Campelo) descreve com pormenor no seu recente livro “Memórias de Trás da Serra ”, de que falamos já (pág. 202, 203), a função das rodilhas:
“Usava-se para servir de almofada para sustentar a cesta ou o cântaro.
A prática de algumas mulheres era tão grande que, colocada a rodilha na cabeça, não era preciso segurar o que quer que fosse que nela pusessem. As mais novas, enquanto não tinham experiência, ao tentarem imitar as mais velhas, iam segurando primeiro com as duas mãos, depois só com uma e, por fim, sem nenhuma.
Como que faziam um despique para ver quem primeiro conseguia equilibrar o cântaro ou a cesta sem mãos. Se, porventura alguma deixava cair o cântaro, ouvia um ralhete da mãe.
Bem estavam os rapazes porque não passavam por esta prova.
As mulheres eram mais sacrificadas que os homens pois, além de fazerem todo o trabalho doméstico e educarem os filhos, também faziam os trabalhos da lavoura. Só não cavavam as terras.
Esse trabalho era para os homens. Ainda assim, a mulher fazia o almoço e ia levá-lo onde os homens andassem a trabalhar.”
Em Peralcovo as mulheres também usavam rodilhas para ajudar no transporte da água da fonte (de S. José) para as suas casas. A minha Avó sabia fazê-las muito bem, como o comprovam as seguintes fotografias das mais bonitas rodilhas que me ofereceu a mim e à minha filha:
145 mm (diâmetro) x 50 mm (altura)
1 comentário:
A tia Benedita fazia além das bonitas rodilhas, maravilhosas mantas de trapos, acho que ainda anda alguma por Peralcovo.
Um abraço
Já agora aproveito para lhe dizer que houve mais assaltos em Peralcovo
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