domingo, 14 de agosto de 2011

Fotos de Peralcovo na Biblioteca de Figueiró



A Biblioteca Municipal de Figueiró dos Vinhos publicou há duas semanas no seu banco de imagens digitais (http://www.flickr.com/photos/bmfigueirodosvinhos/sets/72157627060028287/) oito fotografias de Peralcovo.

Com a devida vénia, aqui vão sete fotografias (de autores desconhecidos):





Procissão em Peralcovo - data desconhecida



Caçador em Peralcovo - 11-08-1934




Caçador em Peralcovo - 11-08-1934



Serradores em Peralcovo 13-08-1934

Procissão de N. Sra. da Boa Viagem - 1954

Procissão de N. Sra. da Boa Viagem - 1954

Peralcovo - 197-

sábado, 11 de junho de 2011

Castanheira de Pera - um castanheirense no Algueirão, Sintra

Publicamos agora alguns elementos sobre um castanheirense que imigrou para os arredores de Lisboa e aí se afirmou como um "homem bom", exemplo dos povos desta região. Estes elementos são baseados numa notícia antiga do jornal "O Castanheirense" (de 2004),


Figuras do Algueirão - Joaquim Rodrigues


Uma das figuras proeminentes do Algueirão contemporâneo foi sem dúvida Joaquim Rodrigues(N. Fontão, Castanheira de Pera, 14.Mai.1913-F. Algueirão, 24.Fev.1986).

Homem bom, solidário, dado à comunidade muito mais que ao seu bem-estar pessoal, desempenhou, entre muitas outras missões, o papel de "regedor" da freguesia.

Socorremo-nos de um artigo publicado no jornal da sua terra - Castanheira de Pera -, "O Castanheirense" n.º 1765, de 30-09-2004, para traçar o retrato de "Uma vida a favor da comunidade":

Joaquim Rodrigues:
Uma vida de trabalho a favor da comunidade
Sabia que no concelho de Sintra, em Algueirão-Velho, existe um largo a que a toponímia sintrense atribuiu o nome de um castanheirense? E que nesse largo, a população ergueu um busto em memória deste nosso conterrâneo?
Leia uma história, que para além de nos encher de orgulho, como castanheirenses, é um exemplo de humanidade e dedicação ao próximo. Desinteressadamente, apenas pela sua enorme necessidade de ser solidário.
A sua maior dádiva à Sociedade não foi em espécies ou dinheiro, embora tivesse despendido algum, mas sim em disponibilidade e trabalho em prol da comunidade, sendo por estes predicados que ficará para sempre ligado à história desta localidade sintrense.

Nasceu no Fontão, em 14 de Maio de 1913. Como tantos castanheirenses de então, as opções de futuro na terra natal eram poucas: indústria de lanifícios ou lavoura. Ambas tinham horizontes de pobreza. Cedo os seus pais ponderaram em o mandar para a zona de Sintra, para o tio Joaquim, que ali tinha um pequeno comércio.
E com apenas 8 anos e meio, o nosso Joaquim chegou à Várzea de Sintra, trazendo calçados os tamancos, cuja chapa amarela tinha areado durante as longas horas de viagem, até brilhar como ouro!
Ainda menino, aos 10 anos, emprega-se na firma José Lopes Miranda, em Algueirão Velho, tendo como patrões Crispim e Artur Lopes Miranda, e nesta casa comercial fica até morrer, durante 63 anos. Durante estas mais de seis décadas, nunca gozou férias, e as únicas folgas que teve era para se deslocar à terra (Fontão, Castanheira de Pera), por ocasião de algum casamento, baptizado ou funeral de familiares.
Foi casado com Maria das Dores Gomes Rodrigues, tendo da união do casal nascido dois filhos, Maria Estefânia e José António.
O seu espírito solidário leva-o, desde que a idade o permitiu, a colaborar activamente em instituições onde pudesse ser útil. Teve como parceira prioritária a Sociedade Recreativa e Desportiva do Algueirão, onde foi tesoureiro durante 40 anos, mas também as Casas do Povo da região, onde era feita a assistência médica à população, chegando a ser responsável, simultaneamente, pelas Casa do Povo de S. Pedro de Penaferrim (S. Pedro de Sintra), e de Santa Maria e São Miguel de Sintra. Fez também parte da Junta de Freguesia de Algueirão. Em nenhuma destas instituições ocupou lugares de presidência ou remunerados, e todo o seu trabalho era desenvolvido em horário pós laboral: depois de longos dias de trabalho, e aos domingos.
Mas foi na Sociedade Recreativa e Desportiva do Algueirão que a sua actividade mais se fez notar. Apaixonado pela música, fundou e impulsionou grupos musicais e corais, sendo ainda fundador do Rancho Folclórico As Mondadeiras do Algueirão. Foi também por sua iniciativa que foi elaborado o hino S.D.R.A., composto pelo músico e seu amigo, Azor.


Joaquim Rodrigues segurando, com o meu pai,
a bandeira dos Recreios Desportivos do Algueirão

Muitos trabalhadores, na sua maioria vindos do Alentejo, que soubessem tocar um instrumento, arranjavam emprego por seu intermédio, oferecendo-lhes por vezes e quando as distâncias assim o impunham, uma bicicleta. Também alguns castanheirenses que procuraram aquelas paragens para se radicarem, tiveram em Joaquim Rodrigues o amigo que abriu portas para que encontrassem uma situação estável.
Ainda na S.R.D.A. instituiu a sopa dos pobres, que durante anos serviu 15 refeições por dia.
Mas a sua obra maior foi o Centro de Assistência Médica, que ainda funciona em anexo à associação. Corriam os anos sessenta, e Joaquim Rodrigues apercebia-se que uma das graves lacunas da terra onde morava era a deficiente assistência médica prestada às populações. Esta advinha principalmente da falta de instalações capazes para o efeito. Idealizou então construir uma casa capaz de albergar um consultório médico onde a população pudesse ser atendida. Com a colaboração da instituição e da população do Algueirão, com um dia de trabalho de um, um saco de cimento ou um punhado de tijolos e telhas de outro, e principalmente com muito trabalho seu e de seu filho, José António, a obra passou de sonho a realidade.
Contratado um médico o Dr. Molarinho, por 2.500$00 mensais, o Centro passou a atender gratuitamente, toda a gente que ali se deslocasse, duas vezes por semana. Ainda nos dias de hoje, o Dr. Molarinho, actualmente reformado, continua a prestar serviço, agora voluntário e gratuito, no Centro, que entretanto mudou o nome para Centro de Assistência Social do Algueirão. Ainda lhe sobrou tempo para promover a construção do chafariz e lavadouros públicos da localidade.
Como homem intimamente ligado à comunidade, era com frequência solicitado para colaborar com a Comunicação Social, tendo sido correspondente do Diário de Notícias, O Século, Diário Ilustrado, e também do nosso jornal, O Castanheirense.
Na memória de quem o conheceu fica, para além da imagem de homem empreendedor, a de homem disponível. Para todas as situações em que pudesse ser útil. Desde a organização da procissão da Nossa Senhora das Mercês, de que era titular do bastão, que recebeu após a morte do antigo titular, o seu patrão Crispim Lopes Miranda, ou das Festas de São José, até à disponibilidade de ir a Sintra ou a Lisboa tratar de algum assunto de um vizinho, conhecido, ou apenas de alguém que lho solicitou, sabendo que Joaquim Rodrigues estava sempre disposto a ajudar.
A sua morte, em 24 de Fevereiro de 1986, causou grande consternação no concelho de Sintra, e no Algueirão em particular. O seu funeral, que encheu a Igreja, seguiu a pé para o Cemitério.
Três anos mais tarde, por deliberação camarária de 8 de Março de 1989, o Município de Sintra distinguia-o com a Medalha de Mérito Municipal – Grau 1- Ouro, cerimónia que decorreu nos Paços do Concelho de Sintra, em 17 de Junho do mesmo ano.

Notícia do falecimento de Joaquim Rodrigues ("Jornal de Sintra")



No dia 1 de Dezembro do ano passado, o povo do Algueirão-Velho prestava-lhe uma justa homenagem, inaugurando o monumento erguido em sua homenagem, no largo que tem o seu nome, e onde fica a associação a que dedicou grande parte da sua vida.

António Carreira



Busto e Largo Joaquim Rodrigues


Agradecimento:
O Castanheirense agradece a José António Rodrigues, filho de Joaquim Rodrigues, as informações e as imagens que tornaram possível este artigo, bem como a Aldemiro Simões, que nos alertou para a premência de lhe ser prestada esta homenagem.




Notícia no jornal "Boletim 921" n.º 7. Ago.1984


Notas: a colectividade referida como "Sociedade Recreativa e Desportiva do Algueirão" trata-se dos RDA - Recreios Desportivos do Algueirão. As fotografias e outras imagens apresentadas neste post são da autoria do nosso blogue.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios - Figueiró dos Vinhos

Celebrou-se no passado dia 18 de Abril o "Dia Nacional dos Monumentos e Sítios".

Essa iniciativa destina-se a chamar a atenção para a importância do património cultural, sendo dinamizada em Portugal pelo IGESPAR-Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico.

No sítio da Internet do IGESPAR encontra-se inventário do património do concelho de Figueiró dos Vinhos, para duas categorias:

1. Património Imóvel - http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/results/?name=&situation=&catprot=&invtema=&type=&concelho=2886&records=10

DESIGNAÇÃO: Igreja de São João Baptista, paroquial ...
SITUAÇÃO ACTUAL: Classificado
CATEGORIA DE PROTECÇÃO: Classificado como MN - Monumento Nacional
CATEGORIA / TIPOLOGIA: Arquitectura Religiosa / Igreja


DESIGNAÇÃO: Casa conhecida por "O Casulo"
SITUAÇÃO ACTUAL: Classificado
CATEGORIA DE PROTECÇÃO: Classificado como IM - Imóvel de Interesse Municipal
CATEGORIA / TIPOLOGIA: Arquitectura Civil / Casa


DESIGNAÇÃO: Pelourinho de Aguda
SITUAÇÃO ACTUAL: Classificado
CATEGORIA DE PROTECÇÃO: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CATEGORIA / TIPOLOGIA: Arquitectura Civil / Pelourinho

DESIGNAÇÃO: Torre da Cadeia Comarcã
SITUAÇÃO ACTUAL: Classificado
CATEGORIA DE PROTECÇÃO: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CATEGORIA / TIPOLOGIA: Arquitectura Civil / Torre


DESIGNAÇÃO: Convento de N.ª Sr.ª do Carmo ...
SITUAÇÃO ACTUAL: Classificado
CATEGORIA DE PROTECÇÃO: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CATEGORIA / TIPOLOGIA: Arquitectura Religiosa / Convento

DESIGNAÇÃO: Casal de São João (Conjunto Arquitectónico)
SITUAÇÃO ACTUAL: Procedimento encerrado / arquivado - sem protecção legal
CATEGORIA DE PROTECÇÃO: Não aplicável
CATEGORIA / TIPOLOGIA: Arquitectura Civil / Casal


2. Património Arqueológico - http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/arqueologico-endovelico/sitios/?sid_formulario=SITIOS&sid=sitios.resultados&designacao=&cns=&meio=&periodohistorico=&tipositio=&concelho=2331&espolio=

DESIGNAÇÃO: Casal dos Nabos III
TIPO DE SÍTIO: Marco
Figueiró dos Vinhos/Arega

DESIGNAÇÃO: Castelo de Vale Bom
TIPO DE SÍTIO: Povoado Fortificado
FREGUESIA: Arega

DESIGNAÇÃO: Lomba do Terrastreia 4
TIPO DE SÍTIO: Mamoa
FREGUESIA: Campelo

DESIGNAÇÃO: Olival
TIPO DE SÍTIO: Villa
FREGUESIA: Aguda

DESIGNAÇÃO: Ribeira de Brás
TIPO DE SÍTIO: Marco
FREGUESIA: Arega

DESIGNAÇÃO: Serra dos Carrascos
TIPO DE SÍTIO: Achado(s) Isolado(s)
FREGUESIA: Aguda


Também no sítio da Internet do do INHR-Instituto Nacional para a Reabilitação Urbana, encontra-se ligação para o SIPA-Sistema de Informação para o Património Arquitectónico - http://www.monumentos.pt -, do qual extraímos iguyalmente resumo do inventário do património do concelho de Figueiró dos Vinhos.

BAIRRO DO AREAL


CÂMARA MUNICIPAL DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

CAPELA DE SÃO SEBASTIÃO

CASA DA CRIANÇA

CASA DE SANTO ANTÓNIO DOS MILAGRES

CASA DO POVO EM FIGUEIRÓ DOS VINHOS / CENTRO REGIONAL DE SEGURANÇA SOCIAL DO CENTRO

CASA SIMÕES DE ALMEIDA (*1)

CERCA DO CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO CARMO DOS CARMELITAS DESCALÇOS

CHALÉ DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

CLUBE FIGUEIROENSE / CASA DA CULTURA

CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO CARMO, DOS CARMELITAS DESCALÇOS, INCLUINDO A IGREJA E CONSTRUÇÕES ANEXAS / BIBLIOTECA MUNICIPAL

CRUZ DE FERRO


EDIFÍCIO COM PORTA MANUELINA

EDIFÍCIO DOS CORREIOS, TELÉGRAFOS E TELEFONES, CTT, DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

EDIFÍCIO F. R. FERREIRA - LANIFÍCIOS

EDIFÍCIO NA PRAÇA DO MUNÍCIPIO, Nº. 2 A 8 / CASA O ZÉ DO PENEDO

ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS / ESCOLA BÁSICA DOS 2º E 3º CICLOS DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

ESCOLA PRIMÁRIA DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE AGUDA

FONTE DAS FREIRAS

FONTE DOS AMORES

HOSPITAL DA MISERICÓRDIA DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

IGREJA PAROQUIAL DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS / IGREJA MATRIZ DE SÃO JOÃO BAPTISTA

JARDIM MUNICIPAL DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

NÚCLEO URBANO DA VILA DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

O CASULO / CASA DO PINTOR JOSÉ MALHOA / CENTRO CULTURAL DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

PARQUE MUNICIPAL DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

PELOURINHO DE AGUDA

PONTE DO CABRIL

PORTA MANUELINA NA RUA DR. ANTÓNIO JOSÉ D'ALMEIDA

PORTA RENASCENTISTA

POSTO DA GUARDA FISCAL DE AGUDA

SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS

SOLAR DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

TORRE DA CADEIA COMARCÃ

TRIBUNAL DE COMARCA DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS

sábado, 9 de abril de 2011

Incêndio na freguesia de Campelo

Na tarde do dia 6 de Abril ocorreu em Alge o primeiro grande incêndio da "época". Ao que sabemos Peralcovo não foi atingido, o incêndio terá passado na parte de cima da estrada Espinhal-Castanheira de Pera.


Do "Diário de Coimbra do dia 7 de Abril retirámos a notícia que encontramos mais completa sobtre o incêndio (foto do "Correio da Manhã"):





Primeiro grande incêndio lavrou em Figueiró dos Vinhos


Mais de 250 elementos combateram o fogo, que teve início em Alge, Figueiró dos Vinhos, e evoluiu com intensidade chegando a Penela e Miranda Aquele que se pode considerar como o primeiro grande incêndio florestal da época, na região Centro, lavrou ontem na Serra da Lousã, na freguesia de Campelo, Figueiró dos Vinhos, mobilizando, ao final tarde, mais de 250 elementos e 60 veículos operacionais, entre bombeiros dos distritos de Leiria e Coimbra, do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR e da Junta de Freguesia de Campelo.

Cerca das 19h00 de ontem, 246 bombeiros, de corporações dos distritos de Leiria e Coimbra, assim como oito militares do GIPS e cinco elementos da equipa de primeira intervenção da Junta de Freguesia de Campelo, combatiam o incêndio, que surgiu perto da localidade de Alge, cerca das 15h20, e abancou encosta acima, até atingir o concelho de Penela e também de Miranda do Corvo, na zona do parque eólico de Vila Nova.


O segundo comandante operacional distrital de Leiria, Carlos Guerra, dizia à Agência Lusa, ao final da tarde, que, «neste momento estão concentrados meios nos dois distritos», garantindo que «não há casas em perigo».


Carlos Guerra adiantou que «a maior preocupação é a segurança do pessoal combatente», devido ao facto de se verificar «muito vento», situação que estava a provocar «algumas projecções» de material a arder para zonas que ainda não foram atingidas. «A preocupação passa também pela colocação dos meios de forma a combater rapidamente o incêndio», dizia então o responsável.


O incêndio, em mancha florestal, propagou-se com grande rapidez, fruto do vento intenso que ontem se fazia sentir, e lavrou com intensidade, a que ajudaram as temperaturas acima dos 30 graus centígrados.


No parque eólico, no cume da Serra da Lousã, ficou instalado o centro de comando, para onde, durante a tarde, se dirigiu um veículo de comando e comunicações, assim como os segundos comandantes distritais de Leiria e Coimbra.


Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Protecção Civil, participou também nas operações um helicóptero pesado Kamov, que foi accionado por volta das 17h00.


Era precisamente na zona do parque eólico de Vila Nova, Miranda do Corvo, que se concentravam as forças de combate às chamas, ao final da tarde, num esforço de parar a progressão do fogo antes de anoitecer. O comandante dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo, Fernando Jorge, dizia ao nosso jornal que a situação estava muito melhor do que anteriormente, considerando que o incêndio poderia vir a ficar controlado dentro de poucas horas. A confirmar as melhores expectativas, a Autoridade Nacional de Protecção Civil considerava, na sua página na internet, o incêndio dominado às 19h51. O cair da noite e o arrefecimento que se fez sentir, bem como a grande mobilização de meios revelaram-se decisivos para o combate às chamas. As operações de rescaldo prolongaram-se pela noite dentro, merecendo uma atenção muito especial, tendo em conta a possibilidade de se repetir a forte “ventania” que se fez sentir na noite anterior.


Escrito por José Carlos Salgueiro (com Lusa)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Viveiros de Campelo -

Nos viveiros de trutas de Campelo encontra-se em desenvolvimento um projecto de conservação de cinco espécies de peixes fluviais em vias de extinção em Portugal.

Ruivaco-do-oeste

Do sítio na Internet da Câmara de Figueiró dos Vinhos extraímos a notícia:
"Campelo - Figueiró dos Vinhos: cinco espécies de peixes em vias de extinção multiplicam-se para repovoarem rios e ribeiras"
[09-02-2011 09:00]



O Município de Figueiró dos Vinhos, a Quercus, o Aquário Vasco da Gama, a EDP, a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa e o Centro de Biociências do Instituto Superior de Psicologia Aplicada estão a desenvolver o projecto "Conservação ex situ de organismos fluviais".

Na estação aquícola de Campelo, em Figueiró dos Vinhos, cinco espécies de peixes em vias de extinção multiplicam-se para repovoarem rios e ribeiras nacionais de onde são originárias.

"São espécies autóctones, algumas delas só existem em dois ou três rios no nosso país. Em todo o mundo não se encontram em mais local nenhum. Se não for feito nada por elas, poderão desaparecer para sempre do planeta", disse à Lusa Alexandrina Pipa, técnica da associação ambientalista Quercus, uma das entidades envolvidas na iniciativa.

As espécies - ruivaco-do-Oeste, boga-portuguesa e do sudoeste, e escalos do Arade e do Mira - que ocupam os vários tanques da estação estão classificadas como "criticamente em perigo", estatuto de conservação, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados, "mais preocupante", salientou a responsável.

Alexandrina Pipa adiantou que são várias as razões que tornam estes peixes vulneráveis, destacando a "intervenção humana".

"Desde técnicas de limpeza pouco correctas dos rios até à poluição difusa, resultado dos químicos da agricultura, dos efluentes domésticos, dos efluentes industriais que são lançados para os rios. Juntando isso, há a situação de rios que muitas vezes durante o verão praticamente secam", explicou.

O projecto, encetado em 2008, culminou, um ano depois, com o transporte de algumas dezenas de exemplares para a estação, onde se reproduzem em cativeiro. Os ruivacos-do-Oeste (dos rios de Alcabrichel e Sizandro) foram os primeiros moradores.

"Foi uma reprodução muito bem sucedida, na ordem dos 200 a 600 por cento dos [87 exemplares] que chegaram inicialmente", exemplificou, reconhecendo que em Campelo as condições propiciam "uma multiplicação maior do que teriam na natureza".

Antes de receberem os peixes, os tanques, que já foram viveiros de trutas, tiveram de ser preparados para "reproduzir, o mais possível, as condições verificadas no habitat natural", adiantou a técnica, exemplificando com a existência de algumas plantas.

A recriação foi mais longe e para que os peixes pudessem desovar como fariam na natureza foram colocados tufos naturais, desde lãs a raízes, ou pedras.

O acompanhamento, diário, passa pela alimentação, que pode incluir "mexilhão, ervilha, miolo de camarão, ração normal, flocos, minhocas, larvas de mosquito", numa tentativa de que os peixes tenham uma alimentação variada como teriam na natureza.

A limpeza, a medição do caudal da água, a detecção de um eventual problema sanitário são preocupações constantes, mas a maior é o "sucesso" das espécies: "Libertá-las no habitat natural com condições aceitáveis para a sobrevivência futura", anotou.

Depois da multiplicação das espécies, o projecto vai enfrentar, no próximo mês, um novo desafio, com a reintrodução do ruivaco-do-Oeste no rio Alcabrichel, em Torres Vedras.


Conheça mais sobre o projecto:

Site do Projecto de Conservação ex situ de Organismos Fluviais - http://www.peixesdeportugal.com/

Artigo Jornal Publico - http://ecosfera.publico.pt/biodiversidade/Details/quatro-tanques-separam-o-ruivacodooeste-da-extincao_1434560

Reportagem SIC - Programa Terra Alerta - http://sic.sapo.pt/online/noticias/programas/terraalerta/Artigos/Peixes+de+Portugal.htm