No site http://simoesdealmeida.weebly.com/simotildees-de-almeida-sobrinho.html recolhemos a seguinte nota biográfica do escultor:
JOSÉ SIMÕES DE ALMEIDA, nasceu no cimo da vila de Figueiró dos Vinhos, às 9 horas do dia 17 de Junho de 1880, e era filho de Joaquim Simões d'Almeida Fidalgo, proprietário, e de Augusta da Conceição Almeida, doméstica, neto paterno de José Simões Fidalgo e de Maria da Conceição, e materno de José Simões de Almeida e de Ana da Conceição.
Coube-lhe no assento de nascimento a cédula n.º 313.529 e foram seus padrinhos de baptismo seu tio José Simões de Almeida Júnior, outro génio da escultura, de quem já falámos e Maria da Conceição Almeida.
Casou com D. Margarida Alcântara Simões de Almeida, que foi sua discípula e se evidenciou também nas artes.
Com forte vocação desde a infância para a escultura, e por influência de seu tio e padrinho, matriculou-se na Academia Real das Belas Artes, concluindo o curso em 1903, tendo ido pouco depois para Paris, com o fim de aperfeiçoar a especialização, instalando-se no Bairro Latino, local encantador.
Regressado a Portugal ingressou como professor na Academia em que se formou, onde leccionava desenho e pintura, mas o que mais o notabilizou foi a escultura, deixando uma tão grande colecção de trabalhos que poucos artistas portugueses o terão conseguido, pelo que se pode ver o seu talento e a envergadura das suas concepções artísticas.
O Museu de Arte Contemporânea guarda algumas das suas obras maravilhosas de especial merecimento, umas talhadas em mármore e outras em gesso, como o baixo relevo "As Ninfas do Mondego chorando a morte de Inês de Castro"; outro baixo relevo "Infância" que é um verdadeiro mimo de carinho e de ternura em que sempre foi exímio, e vários estudos magistrais, representando uma "cabeça de velho" e "duas cabeças de criança".
É de sua autoria o "busto oficial" da República Portuguesa, cujas reproduções são aos milhares por todo o país.
No topo da escadaria nobre da Câmara Municipal de Lisboa, existe um baixo relevo maravilhoso, alusivo à comemoração da implantação da República em Portugal, de sua autoria.
Artista sempre em constante laboração, a ele se devem os monumentos: - Em Évora o de "Barahona", em Cuba "Homenageando Fialho de Almeida", em Pernambuco, Brasil a "Gago Coutinho e Sacadura Cabral", em Faro ao "Judeu" e "Dr. Rolo", em São Miguel, Açores ao "Infante D. Henrique", e muitos outros que não se indicam por se tornar fastidioso enumerá-los.
É numerosa a sua colecção de bustos representativos de várias personalidades portugueses da política, das letras e das artes, tendo cinzelado também as individualidades que formaram o primeiro Governo Provisório após a implantação da República.
São dele também os bustos dos doutores José de Castro e Miguel Bombarda.
Não se pode deixar de acrescentar a sua parte na estatuária do grandioso monumento ao Marquês de Pombal, no princípio da Avenida da liberdade, na capital do país.
Finalmente o seu trabalho de maior vulto e de maiores dimensões, o baixo relevo que preenche o espaço triangular do tímpano que decora a fachada do Palácio da Assembleia da República.
Também certamente a maioria anónima do povo português, desconhece que são da sua autoria os cunhos das lindas moedas de prata cunhadas após a implantação da República.
Possui várias condecorações entre as quais a Ordem de Santiago de Espada.
Foi um dos melhores professores de Belas Artes e um dos maiores escultores portugueses de todos os tempos.
Faleceu em Lisboa na freguesia de São João da Pedreira, na Avenida Elias Garcia, no n.º 75 - 3.º, em 2 de Março de 1950.
Mais um grande homem de que Figueiró dos Vinhos muito se orgulha de lhe ter servido de berço de nascimento.
Referências:
Figueiró dos Vinhos Terra de Sonho, p. 153 a 154. (Enviado por Henrique Dias)
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