quarta-feira, 1 de maio de 2013

Busto de República do escultor José Simões de Almeida (Sobrinho) em Sintra

Na sala de reuniões do edifício dos Paços do Concelho de Sintra foi colocado no ano passado uma reprodução do busto da República, cujo autor foi um ilustre filho de Figeuiró dos Vinhos - o escultor José Simões de Almeida (Sobrinho):







No site http://simoesdealmeida.weebly.com/simotildees-de-almeida-sobrinho.html recolhemos a seguinte nota biográfica do escultor:


JOSÉ SIMÕES DE ALMEIDA, nasceu no cimo da vila de Figueiró dos Vinhos, às 9 horas do dia 17 de Junho de 1880, e era filho de Joaquim Simões d'Almeida Fidalgo, proprietário, e de Augusta da Conceição Almeida, doméstica, neto paterno de José Simões Fidalgo e de Maria da Conceição, e materno de José Simões de Almeida e de Ana da Conceição.

Coube-lhe no assento de nascimento a cédula n.º 313.529 e foram seus padrinhos de baptismo seu tio José Simões de Almeida Júnior, outro génio da escultura, de quem já falámos e Maria da Conceição Almeida.
Casou com D. Margarida Alcântara Simões de Almeida, que foi sua discípula e se evidenciou também nas artes.
Com forte vocação desde a infância para a escultura, e por influência de seu tio e padrinho, matriculou-se na Academia Real das Belas Artes, concluindo o curso em 1903, tendo ido pouco depois para Paris, com o fim de aperfeiçoar a especialização, instalando-se no Bairro Latino, local encantador.
Regressado a Portugal ingressou como professor na Academia em que se formou, onde leccionava desenho e pintura, mas o que mais o notabilizou foi a escultura, deixando uma tão grande colecção de trabalhos que poucos artistas portugueses o terão conseguido, pelo que se pode ver o seu talento e a envergadura das suas concepções artísticas.

O Museu de Arte Contemporânea guarda algumas das suas obras maravilhosas de especial merecimento, umas talhadas em mármore e outras em gesso, como o baixo relevo "As Ninfas do Mondego chorando a morte de Inês de Castro"; outro baixo relevo "Infância" que é um verdadeiro mimo de carinho e de ternura em que sempre foi exímio, e vários estudos magistrais, representando uma "cabeça de velho" e "duas cabeças de criança".

É de sua autoria o "busto oficial" da República Portuguesa, cujas reproduções são aos milhares por todo o país.

No topo da escadaria nobre da Câmara Municipal de Lisboa, existe um baixo relevo maravilhoso, alusivo à comemoração da implantação da República em Portugal, de sua autoria.

Artista sempre em constante laboração, a ele se devem os monumentos: - Em Évora o de "Barahona", em Cuba "Homenageando Fialho de Almeida", em Pernambuco, Brasil a "Gago Coutinho e Sacadura Cabral", em Faro ao "Judeu" e "Dr. Rolo", em São Miguel, Açores ao "Infante D. Henrique", e muitos outros que não se indicam por se tornar fastidioso enumerá-los.

É numerosa a sua colecção de bustos representativos de várias personalidades portugueses da política, das letras e das artes, tendo cinzelado também as individualidades que formaram o primeiro Governo Provisório após a implantação da República.

São dele também os bustos dos doutores José de Castro e Miguel Bombarda.


Não se pode deixar de acrescentar a sua parte na estatuária do grandioso monumento ao Marquês de Pombal, no princípio da Avenida da liberdade, na capital do país.

Finalmente o seu trabalho de maior vulto e de maiores dimensões, o baixo relevo que preenche o espaço triangular do tímpano que decora a fachada do Palácio da Assembleia da República.

Também certamente a maioria anónima do povo português, desconhece que são da sua autoria os cunhos das lindas moedas de prata cunhadas após a implantação da República.

Possui várias condecorações entre as quais a Ordem de Santiago de Espada.

Foi um dos melhores professores de Belas Artes e um dos maiores escultores portugueses de todos os tempos.
Faleceu em Lisboa na freguesia de São João da Pedreira, na Avenida Elias Garcia, no n.º 75 - 3.º, em 2 de Março de 1950.
Mais um grande homem de que Figueiró dos Vinhos muito se orgulha de lhe ter servido de berço de nascimento.

Referências:
Figueiró dos Vinhos Terra de Sonho, p. 153 a 154. (Enviado por Henrique Dias)